Em que aspectos, na sua opinião, a LIJ reina?
A LIJ rein quando consegue estabelecer contato imediato com o imaginário infantil, quando se criam os laços que irão se transformar nas pontes entre a Literatura e o leitor.
Laços estabelecidos, pontes construídas. Agora é o momento de seguir lançando fios, tecendo tramas, traçando redes, firmando bases. Cada nova leitura leva a uma nova ação, estabelecendo o próximo passo da Rainha, que continua sua caminhada ininterrupta.
A LIJ rein quando consegue estabelecer contato imediato com o imaginário infantil, quando se criam os laços que irão se transformar nas pontes entre a Literatura e o leitor.
Laços estabelecidos, pontes construídas. Agora é o momento de seguir lançando fios, tecendo tramas, traçando redes, firmando bases. Cada nova leitura leva a uma nova ação, estabelecendo o próximo passo da Rainha, que continua sua caminhada ininterrupta.
Dos 46 encontros que a Confraria Reinações- PoA promoveu, qual foi a mais marcante para você? Por quê?
Não poderia escolher um. Alguns foram marcantes porque me fizeram ler uma obra que há tempo vinha dizendo "quero ler este livro", como História sem fim e Pippi Meia Longa. Outros foram marcantes porque me levaram a reler obras que lera quando criança ou adolescente: As aventuras de Tom Sawer e Gato Malhado e Andorinha Sinhá.
Cada encontro é uma possibilidade de falar e de ouvir opiniões, aspectos marcantes no que li ou aqueles que nem tinha observado, ou então não tinha visto da mesma maneira que alguém viu, abrindo assim outros caminhos para relacionar a história com o que sou ou busco ser.
Não poderia escolher um. Alguns foram marcantes porque me fizeram ler uma obra que há tempo vinha dizendo "quero ler este livro", como História sem fim e Pippi Meia Longa. Outros foram marcantes porque me levaram a reler obras que lera quando criança ou adolescente: As aventuras de Tom Sawer e Gato Malhado e Andorinha Sinhá.
Cada encontro é uma possibilidade de falar e de ouvir opiniões, aspectos marcantes no que li ou aqueles que nem tinha observado, ou então não tinha visto da mesma maneira que alguém viu, abrindo assim outros caminhos para relacionar a história com o que sou ou busco ser.
Você é professora dos anos iniciais. Como você percebe o uso da Literatura em sala de aula pela maioria dos professores? A escola está no caminho certo para a formação de leitores literários?
Nem toda escola nem todo professor usam a LIJ como deveriam. É por iso que temos jovens que deixam ou trocam a leitura por outra atividade que lhe traga mais impacto emocional ou pessoal.
Temos exceções. Há professores maravilhosos que tentam resgatar leitores, às vezes um trabalho difícil, mas no final recompensador.
Alguns professores dos anos iniciais levam os alunos a ver a leitura como ir à biblioteca ou a hora do conto. As duas atividades são importantes, mas para formar leitores literários não são suficientes. Outros professores trabalham com paradidáticos achando que estão trabalhando com LIJ, nem todos os profissionais demonstram conhecer a diferença. Às vezes, a Literatura fica mais fadada a ser "ficha de leitura" do que outra coisa. Já vi tudo isto é muito mais nas escolas em que trabalhei.
Graças a Deus, que é definido como verbo pela Bíblia, hoje vejo um caminho diferente. Meus alunos são incentivados a entrar em contato com gêneros e autores, a falar do que lhes agradou ou não. Desta forma começam a estabelecer suas preferências, seus gostos, ver que autores lhes agradam. Mas é preciso experimentar para dizer "não gosto".
Em seu convívio com os pequenos leitores, certamente você percebe o que os atrai mais em relação a temas e tipos de texto. Aponte algumas características da LIJ que mais atraem as crianças hoje.
O pequeno leitor gosta daquilo que o instiga. Gosta do que lhe é familiar, do que o incita a aventura, lhe dá medo, do que é fantástico. O pequeno leitor, como qualquer leitor, tem suas preferências pessoais. Aquele que passou pela experiência positiva de ler, estabelece suas preferências e vai dizer, de acordo com a sua maneira de se expressar, o porquê gostou ou não do que leu. Às vezes, junto com a expressão do rosto e a maneira como falam, um "é bom" ou "gostei" expressam mais que muitas palavras. Com o amadurecimento do leitor as palavras para explicar-se surgem e eles irão além do gostei, vão dizer o motivo pelo qual gostaram.
A LIJ precisa trilhar o seu caminho. Características virão junto com os autores e os gêneros literários. Literatura sempre tem espaço, sempre encontra o leitor.
Em seu dia a dia como professora, cite alguma experiência envolvendo leitura que, de alguma forma, a tenha surpreendido positivamente? Por quê?
Já tive várias experiências positivas. Todas surpreendentes.
Acredito que a mais marcante aconteceu logo que comecei a trabalhar na escola em que estou hoje. Em abril, elaborei um projeto sobre Monteiro Lobato. Uma aluna ficou encantada com "as histórias dos livros".
Ela conhecia "as histórias da televisão" e foi procurar os livros de Lobato na biblioteca. A professora-bibliotecária disse que "aqueles eram livros só para os professores". Ela voltou para a sala e nada me falou. Enquanto durou o projeto, ela terminava suas tarefas e pegava um dos volumes que estavam sobre a minha mesa e lia. Quando dei por encerrado o projeto e disse que entregaria os livros na biblioteca, ela me pediu que não o fizesse. Indaguei-lhe o motivo e ela me explicou tudo. Perguntei qual livro ela gostaria de ler primeiro e me respondeu sem pestanejar: "O Saci". No dia seguinte levei meu exemplar do livro e lhe entreguei para que lesse. No final da aula veio me entregar o livro e quando falei que ela poderia levá-lo para casa seu rosto iluminou-se. Ela leu toda a coleção infantil do Monteiro Lobato. Levava meus livros para casa como se fossem tesouros e os trocava assim que terminava de ler. Enquanto esteve na escola, emprestei-le muitos livros. Hoje, ela não mora mais em Charqueadas, mas creio que continua lendo.
O autor Orígenes Lessa disse certa vez que um bom livro para crianças é aquele que, quando lido por um adulto, o encanta também. Nesse sentido, quais seus critérios de seleção de livros a serem indicados a seus alunos? Passa primeiramente pelo seu próprio encantamento?
Leio sempre que posso. Tenho sempre mais de um livro junto do meu travesseiro. Como toda leitora tenho minhas preferências, meus temas, gêneros e autores prediletos. Os livros infantojuvenis são em maioria entre os que tenho. Nunca iria indicar um livro que não me agradasse, mas sou metódica quando vou selecionar as leituras para os meus alunos. Primeiro vejo a turma com que vou trabalhar, escolho um tema ou gênero. Depois faço uma seleção de títulos e autores. Busco estes livros e leio. Após esta leitura, separo dois ou três títulos para reler e então escolho o livro que vou adotar. Esta escolha nem sempre é a que mais me "encantou", é aquela que se adapta melhor a turma que tenho em vista. Só depois disso é que começo a organizar um esboço do que irei fazer.
Que dica de leitura você daria aos confrades da Reinações? Por quê?
Li a pouco, é a série Mundo de Tinta, da Cornélia Funke. A trilogia é incrível e vários outros adjetivos que nem me atreverei a continuar escrevendo-os. Ela escreve de uma maneira gostosa, o fantástico surge como um filete de água até tornar-se um rio caudaloso que nos leva a mergulhar.
Que palavra de Confade você gostaria de conhecer?
Gostaria de conhecer mais a palavra da confrade Liza Caldeira, pois como eu, ela também é professora. A diferença é que ela trabalha com os pequeninos que ainda não leem. Gostaria de saber um pouco mais da forma que ela usa para levar a Literatura até eles.
Nem toda escola nem todo professor usam a LIJ como deveriam. É por iso que temos jovens que deixam ou trocam a leitura por outra atividade que lhe traga mais impacto emocional ou pessoal.
Temos exceções. Há professores maravilhosos que tentam resgatar leitores, às vezes um trabalho difícil, mas no final recompensador.
Alguns professores dos anos iniciais levam os alunos a ver a leitura como ir à biblioteca ou a hora do conto. As duas atividades são importantes, mas para formar leitores literários não são suficientes. Outros professores trabalham com paradidáticos achando que estão trabalhando com LIJ, nem todos os profissionais demonstram conhecer a diferença. Às vezes, a Literatura fica mais fadada a ser "ficha de leitura" do que outra coisa. Já vi tudo isto é muito mais nas escolas em que trabalhei.
Graças a Deus, que é definido como verbo pela Bíblia, hoje vejo um caminho diferente. Meus alunos são incentivados a entrar em contato com gêneros e autores, a falar do que lhes agradou ou não. Desta forma começam a estabelecer suas preferências, seus gostos, ver que autores lhes agradam. Mas é preciso experimentar para dizer "não gosto".
Em seu convívio com os pequenos leitores, certamente você percebe o que os atrai mais em relação a temas e tipos de texto. Aponte algumas características da LIJ que mais atraem as crianças hoje.
O pequeno leitor gosta daquilo que o instiga. Gosta do que lhe é familiar, do que o incita a aventura, lhe dá medo, do que é fantástico. O pequeno leitor, como qualquer leitor, tem suas preferências pessoais. Aquele que passou pela experiência positiva de ler, estabelece suas preferências e vai dizer, de acordo com a sua maneira de se expressar, o porquê gostou ou não do que leu. Às vezes, junto com a expressão do rosto e a maneira como falam, um "é bom" ou "gostei" expressam mais que muitas palavras. Com o amadurecimento do leitor as palavras para explicar-se surgem e eles irão além do gostei, vão dizer o motivo pelo qual gostaram.
A LIJ precisa trilhar o seu caminho. Características virão junto com os autores e os gêneros literários. Literatura sempre tem espaço, sempre encontra o leitor.
Em seu dia a dia como professora, cite alguma experiência envolvendo leitura que, de alguma forma, a tenha surpreendido positivamente? Por quê?
Já tive várias experiências positivas. Todas surpreendentes.
Acredito que a mais marcante aconteceu logo que comecei a trabalhar na escola em que estou hoje. Em abril, elaborei um projeto sobre Monteiro Lobato. Uma aluna ficou encantada com "as histórias dos livros".
Ela conhecia "as histórias da televisão" e foi procurar os livros de Lobato na biblioteca. A professora-bibliotecária disse que "aqueles eram livros só para os professores". Ela voltou para a sala e nada me falou. Enquanto durou o projeto, ela terminava suas tarefas e pegava um dos volumes que estavam sobre a minha mesa e lia. Quando dei por encerrado o projeto e disse que entregaria os livros na biblioteca, ela me pediu que não o fizesse. Indaguei-lhe o motivo e ela me explicou tudo. Perguntei qual livro ela gostaria de ler primeiro e me respondeu sem pestanejar: "O Saci". No dia seguinte levei meu exemplar do livro e lhe entreguei para que lesse. No final da aula veio me entregar o livro e quando falei que ela poderia levá-lo para casa seu rosto iluminou-se. Ela leu toda a coleção infantil do Monteiro Lobato. Levava meus livros para casa como se fossem tesouros e os trocava assim que terminava de ler. Enquanto esteve na escola, emprestei-le muitos livros. Hoje, ela não mora mais em Charqueadas, mas creio que continua lendo.
O autor Orígenes Lessa disse certa vez que um bom livro para crianças é aquele que, quando lido por um adulto, o encanta também. Nesse sentido, quais seus critérios de seleção de livros a serem indicados a seus alunos? Passa primeiramente pelo seu próprio encantamento?
Leio sempre que posso. Tenho sempre mais de um livro junto do meu travesseiro. Como toda leitora tenho minhas preferências, meus temas, gêneros e autores prediletos. Os livros infantojuvenis são em maioria entre os que tenho. Nunca iria indicar um livro que não me agradasse, mas sou metódica quando vou selecionar as leituras para os meus alunos. Primeiro vejo a turma com que vou trabalhar, escolho um tema ou gênero. Depois faço uma seleção de títulos e autores. Busco estes livros e leio. Após esta leitura, separo dois ou três títulos para reler e então escolho o livro que vou adotar. Esta escolha nem sempre é a que mais me "encantou", é aquela que se adapta melhor a turma que tenho em vista. Só depois disso é que começo a organizar um esboço do que irei fazer.
Que dica de leitura você daria aos confrades da Reinações? Por quê?
Li a pouco, é a série Mundo de Tinta, da Cornélia Funke. A trilogia é incrível e vários outros adjetivos que nem me atreverei a continuar escrevendo-os. Ela escreve de uma maneira gostosa, o fantástico surge como um filete de água até tornar-se um rio caudaloso que nos leva a mergulhar.
Que palavra de Confade você gostaria de conhecer?
Gostaria de conhecer mais a palavra da confrade Liza Caldeira, pois como eu, ela também é professora. A diferença é que ela trabalha com os pequeninos que ainda não leem. Gostaria de saber um pouco mais da forma que ela usa para levar a Literatura até eles.
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