sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cinco anos de Reinações

Neste mês em que a Reinações-Porto Alegre completa cinco anos de atividades ininterruptas: 60 encontros para debate, alguns saraus, algumas mesas-redondas, alguns seminários e o segundo Concurso Literário Assombros Juvenis, recebemos a notícia de que no dia 23 de abril, dia do Livro, estaremos sendo homenageados com o troféu Amigos do Livro, concedido pela CRL. Mais motivo para alegrias!

Palavra de Confrade 18: Rosinaura Barros

Rosinaura Lisboa de Barros é formada em Letras e em Biblioteconomia e atua em biblioteca escolar há 23 anos. É uma apaixonada por livros e pela literatura.
1. Em que aspectos, na sua opinião, a literatura infantojuvenil reina?

Para mim, a literatura infantojuvenil reina absoluta, soberana, razão de minhas leituras e pesquisas. Minha vida é cercada de livros e de histórias, minha experiência daria um livro e minha ação principal, que me dá muita satisfação, é mediar a leitura de livros maravilhosos que abundam por aí. Apresentar aos professores e
alunos a literatura infantojuvenil é como entrar num mundo de encantamento e ir pouco a pouco abrindo portinhas e descobrindo novos significados, novos textos, novas imagens, experimentando sensações.

2. Dos 59 encontros que a Confraria Reinações promoveu, qual foi o mais marcante para você? Por quê?
É difícil dizer qual foi o mais marcante. Gostei muito do encontro em que discutimos Ponte para
Teratíbia, porque o livro simplesmente me fascinou. Outro foi A invenção de Hugo Cabret, por ser uma obra linda, capaz de despertar várias emoções. A que apresentei “Coração de tinta”, para o qual sigo buscando mais leitores, despertando curiosidade e interesse por sua leitura. E a do Harry Potter, nem se fala, pois pude entender a ânsia de meu filho Matheus pela saga e a dos
alunos da minha escola querendo ler a coleção toda, não só os adolescentes, mas as crianças de 8/9 anos.

3. Como professora, o que você acredita que não pode faltar num texto que se destina à criança e/ou ao adolescente?
Não pode faltar um bom enredo, um entrosamento entre o texto e a ilustração. Muitas vezes um
supera o outro mais que complementa. Se for livro para crianças, a capa, pelo que percebo no dia a dia, é o que chama atenção primeiro, depois as belas ilustrações, o texto curto, legível e de letras grandes, com histórias divertidas de animais ou de crianças; ou as assustadoras, de bruxas, tudo com muita fantasia e encantamento. Para os adolescentes, é preciso muita ação e aventura ou histórias que mexam com os sentimentos, de namoro, de amizade ou de fatos cotidianos narrados em ambiente escolar ou familiar.

4. Você tem desenvolvido atividades como oficineira e como contadora de histórias. O que uma história precisa ter para que você a escolha para ser contada? Quais seus critérios ao escolher uma história para ser contada?

Em primeiro lugar, eu tenho que me “apaixonar”, me encantar com a história, pois assim eu acredito poder transmiti-la com entusiasmo e verdade. Posso escolher as histórias pelo autor, pelo ilustrador, pelo formato, pelo tema do livro, pelo encantamento, pela linguagem. Por gostar dela, posso transformá-la numa bela obra.

5. Como você avalia o atual momento da literatura infantojuvenil gaúcha: quais livros e autores que, na sua opinião, merecem destaque? Por quê?

Posso dizer que no momento há uma avalanche de lançamentos em literatura infantojuvenil mundial. A literatura gaúcha não fica longe, temos ótimos autores, que através de suas
obras conseguem se comunicar com a gurizada. A leitura para eles, hoje, não está só baseada na obrigatoriedade, muitos leem porque querem e gostam. Uns livros são mais comerciais que outros, mas capazes de despertar sentimentos e de promover outros encontros literários, obras ou autores. Gosto e recomendo Caio Riter (sem querer puxar o saco), porque consegue fazer eu ler numa sentada seus livros (por exemplo: Debaixo de mau tempo), como se estivéssemos
conversando; Luís Dill, pelos temas de suas obras e a forma como apresenta o texto (principalmente, Do coração de Telmah); Christian David pelo seu Mão dupla, que adorei a linguagem, a história emocionante, e também por sua literatura fantástica, que os jovens gostam muito.

6 . Que dica de leitura você daria aos confrades da Reinações? Por quê?

Coisa que sempre faço e que me dá um prazer tremendo é dar dicas de leitura aos colegas, aos
familiares, às crianças e adolescentes que povoam a biblioteca onde eu trabalho. Com a confrade Liza Petiz sempre troco experiências, dicas, novidades e livros. Dentre os livros que adquiri neste mês e que realmente me encantaram, indico Lua cheia, de Antoine Guilloppé – Salamandra.

7. Que palavra de Confrade você gostaria de conhecer mais?

Gostaria de conhecer mais a ilustradora Patrícia Langlois, que foi professora de Artes Plásticas do meu filho Pedro.