segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Próximo debate: O ladrão de raios


O autor:

Rick Riordan nasceu em 1964, em San Antonio, Texas, Estados Unidos, onde mora com a mulher e dois filhos. Durante quinze anos ensinou inglês e história em escolas públicas e particulares de São Francisco. Além da série Percy Jackson e os Olimpianos, publicou a premiada série de mistério para adultos Tres Navarre.

A série Percy Jackson:

Percy Jackson e os Olimpianos é uma série de cinco livros juvenis de aventura de Rick Riordan, baseada na mitologia grega. O Protagonista é Percy Jackson, que descobre ser um semi-deus, filho de Poseidon, deus do mar.

O filme:


Em 2010, o primeiro livro da série O ladrão de raios foi adaptado para o cinema. Abaixo link para o trailler.

http://www.youtube.com/watch?v=xXWBNNPe4NI

Volumes da série:

The Lightning Thief (O Ladrão de Raios)
The Sea of Monsters (O Mar de Monstros)
The Titan's Curse (A Maldição do Titã)
The Battle of the Labyrinth (A batalha do labirinto)
The Last Olympian (O Último Olimpiano)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um olhar sobre A grande questão

No 44º encontro da REINAÇÕES, que debateu a obra de Wolf Erlbruch, os confrades ficaram bem curiosos ao perceberem o tanto de anotações que o confrade João Carlos Rodrigues havia feito nas páginas do seu exemplar de A grande questão. Pois o João aceitou o convite para partilhar suas ideias conosco. Seguem abaixo.

A GRANDE QUESTÃO
Está no centro da temática um menino, que é orientado por 22 interlocutores sobre a razão de ele ter vindo ou estar na terra, no mundo. A temática é sobre a vida, sobre o existencial com um fio condutor centrado na dúvida. O tema mais objetivo são as relações afetivas, o amor que alavanca essas relações.
Nesse sentido, algumas manifestações são conclusivas; outras, exclamativas. Assim, falam:
1. conclusivamente: beijar as nuvens, o piloto; amar a vida, a morte; nos amamos, os pais; amar a si mesmo, a irmã; receber carinho, o coelho; te amo, a mãe.
2. ou, exclamativamente: mimar, a avó; cantar sua canção, o passarinho.


As demais falas abrem um leque de focos, de assuntos, de fazeres, de dúvidas: festejar seu aniversário, irmão; ronronar ou pelos ratos, o gato; comer bem, comilão; contar, três; obedecer, soldado; latir ou uivar, cachorro(acha); navegar, navegador; para estar, a pedra; ser paciente, jardineiro; confiar, cego; sem ideia, pato; ir à luta, lutador.
Então, os temas passam pela ideia de festa, descanso, alimento, conhecimento, arte (cantar sua canção), obediência, defesa, preocupação, viagem (pelo mar, ar), estar simplesmente, paciência, confiança, luta e sem consciência;
Os agentes são humanos (menino, irmão, irmã, pais, avó, comilão, soldado, navegador, aviador, jardineiro, cego, lutador); animais (gato, cachorro, pato, coelho, passarinho); mineral (pedra); morte. Falam os reinos animal e mineral. O reino vegetal não tem voz.
O autor conclui, dizendo ao menino: “Quando você crescer, vai encontrar outras repostas para a grande questão.” Segue, no projeto gráfico, uma folha pautada, em branco, com indicadores: Datas ............ Respostas
Trata-se de respostas à questão: Por que viemos ao mundo? segundo o tradutor. Sim, quando falam o gato, os pais, a mãe e o jardineiro: ideia de origem.
Contudo, creio que as demais questões indicam ‘para quê?’. Não buscam a ‘origem’, mas o ‘estar’, tanto que são introduzidas com a preposição ‘para’, quase todas.
Outras observações:
1. O menino deve aprender a contar até três. Por que três? O que representa o três?
2. Há duas pessoas ridicularizadas: o comilão, muito bem vestido, tem grande barriga, é muito gordo, usa gravata de tope, está feliz e aparece na página anterior ao três; e o soldado na página seguinte. Coincidência?
3. Só duas pessoas expressam alegria: a avó e o comilão.
4. Estar no ‘mundo’ é alusão do gato e do jardineiro.
5. Estar ‘na terra’ é alusão do irmão do menino. O cachorro também refere ‘estamos na terra’, no plural.
6. O cachorro sentado manifesta dúvida: ’eu acho’.
7. Os pais falam no plural e o cachorro também, mas o fiel escudeiro do homem traz o menino para a sua natureza: ‘Estamos aqui para latir, eu acho. E, às vezes, uivar para a Lua. ’
8. A história transita da concepção à morte emanante. Há vida? Então a morte está e com uma fala lapidar: “Você está aqui para amar a vida”.
9. As páginas do livro não são numeradas, pois a ordem da história não é linear. Ao iniciar a leitura, parece faltar algo, antes. O algo está depois.
10. O menino é o epicentro da GRANDE QUESTÃO: a avó quer mimá-lo; os pais, que o conceberam, falam lá na frente; a mãe mima a orelha dele, no colo; a irmã depõe; cinco velas estão no bolo e o irmão fala sobre o aniversário. Por tanto, uma família: avó, pais, dois irmãos e uma irmã.
11. Há os animais domésticos: o cachorro, o gato, o pato e o coelho. Todos simpáticos. Um jardineiro completa o ambiente doméstico.
12. Para além do lar, o passarinho, o padeiro, o comilão, o cego, o lutador (de preto) e o soldado (a perna esquerda soldada?) fazem suas colocações; o aviador e o navegador vasculham espaços. Uma pedra e a MORTE completam os encantos do cenário.
13. A pedra diz: se está aqui porque se está aqui. A morte recomenda ‘... amar a vida’. Vestida de camisolão bege, com 11 manchas redondas em amarelo, observa no horizonte uma abelha voar para o alto e para longe, com tons de bege e amarelo no corpo, asas azuis e cabeça preta.
14. A história percorre um tempo: inicia com o amor dos pais e termina com o sopro de cinco velas, no aniversário do menino.
15. As mulheres aparecem na condição de afeto: irmã, mãe, avó.
16. O pato, embora sua artilharia terra-mar-ar não tem ideia de nada. Confirma o ditado popular: ’Me tiras para pato?’.
17. ‘Para cantar a sua canção’ diz o passarinho. Interpreto como ‘para construir a sua vida’, no mundo em construção.
18. ‘A GRANDE QUESTÃO’ são dúvidas existenciais. Fisga maciamente a origem das coisas, interroga o sentido delas, remete à reconstrução e lembra a morte. Uma reflexão sobre a vida.
19. É uma abordagem sócio-política-cultural (...) e fundamentalmente filosófica, através da arte literária e da ilustração.
20. Tudo aparentemente simples: no visual, na beleza, na rapidez e absolutamente profundo.