quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Palavra de Confrade 6: Rodrigo Barcelos

Rodrigo Barcellos participa há alguns encontros da Reinações, sendo inclusive o coordenador de nosso próximo debate: O menino do dedo verde, de Maurice Druon. Rodrigo é contista, tendo algumas premiações em concursos literários, como o Leverdógil de Freitas e o Mario Quintana-Sintrajufers. Neste palavra de confrade, Rodrigo partilha conosco algumas de suas ideias sobre esse universo fascinante que é a literatura infanto-juvenil.

1 – Em que aspectos, na sua opinião, a literatura infanto-juvenil reina?

A literatura feita para crianças e adolescentes tem uma forma única de reinar. Reina motivada pala abertura de caminhos desconhecidos, que, a cada página virada, além de formar uma nova mentalidade - e esse é o aspecto fundamental da literatura para crianças - torna os caminhos mais conhecidos.

2 – Dos 29 encontros que a Confraria Reinações promoveu, qual foi mais marcante para você?

Foi o 26º encontro, no dia 16/06, coordenado por mim, com a análise do livro A Ilha do Tesouro, de R.L. Stevenson. Escritores, professores, colunistas e editores (as) já coordenaram outros encontros e são presenças constantes nos demais. E para mim, um iniciante no meio literário, mas não no Mundo literário, foi um aprendizado e tanto.

3 – Percebe-se, ainda hoje, certo preconceito em relação à literatura infanto-juvenil. Na sua concepção, por que isso ocorre?

Eu diria que o preconceito é falta de informação, falta de leitura e de conhecimento mediante ao que é e ao que foi produzido na área infantil e infanto-juvenil. E ainda existe aquilo de “não li não gostei”, também por isso fala-se e julga-se muito, sem antes ter um conhecimento prévio.

4 – Como você avalia o mercado editorial voltado à criança e ao adolescente?

Há no mercado inúmeros títulos em literatura infanto-juvenil, porém nem todos de e com qualidade. E qualidade se consegue com bons textos de bons autores, desde Esopo e La Fontaine e Andersen, até os dias de hoje, com Lobato e mais recente com Ruth Rocha, Sylvia Orthof e o nosso confrade Caio Riter.

5 – Que dica de leitura você daria aos confrades da Reinações?

Na verdade são algumas dicas. Os já citados na pergunta anterior. Mas tem um de que gostei muito, é daqueles livros que emociona quem os lê, e comigo não foi diferente. É a história de um menino na maioridade de seus 14 anos, mas com o futuro incerto, pois tem leucemia e precisa de um transplante de medula. Com nome de gente Grande, Alexandre enfrenta essa incerteza, recorda muitas coisas e planeja outras. Para saber mais só lendo o livro Tempo de Surpresas, de Caio Riter, Edições SM.

6 – Ser confrade é trocar ideias sobre os mais diferentes livros debatidos, cada um mostrando seu olhar de leitor. Qual palavra de confrade você gostaria de conhecer um pouco mais aqui?

Gostaria de conhecer e aprender mais com a palavra da confrade Elaine Maritza, professora, editora e conhecedora – das melhores – tanto de literatura adulta como da literatura infanto-juvenil.

Uma noite na biblioteca

A confrade Elaine Maritza envia matéria interessante sobre o uso da biblioteca como espaço de ludismo e de descoberta da leitura. Vale a pena ler.


Passando a noite em uma biblioteca em Portugal

Dormir na morada dos livros: uma aventura vivida por uma turma de portugueses

Taynar Costa (novaescola@atleitor.com.br), de Seixal, Portugal

No fim da tarde de um sábado de maio, os funcionários da Biblioteca Municipal de Seixal, a 30 quilômetros de Lisboa, organizavam as estantes de livros. Embora esse fosse o procedimento-padrão antes de encerrar o expediente, naquele dia a arrumação tinha outro motivo: receber um grupo de 20 meninos e meninas, entre 8 e 11 anos, que iriam passar a noite ao lado dos livros. Oito e meia da noite era a hora marcada para começar a exploração de um ambiente repleto de saberes, com muita leitura e contação de histórias, e que só terminaria na manhã seguinte.
Ao chegar, para que todos se conhecessem, nada de apresentações formais. Os pequenos preencheram os crachás uns dos outros. Enquanto Diogo, o mais velho do grupo, fazia o de Beatriz, ela revelou uma de suas leituras preferidas: a poesia portuguesa de José Jorge Letria. Sabe por quê? "Porque ele me faz sentir bem", explicou, do alto de seus 8 anos.
Com todos já devidamente identificados, começou uma correria pelo ambiente. Como se estivessem em uma caça ao tesouro, as crianças seguiam pistas e procuravam por respostas para as questões escritas em fichas que tinham em mãos. Tratava-se de um desafio -- ou melhor, um peddy-paper, como se diz em Portugal -- para descobrir como é organizada e funciona uma biblioteca. Regras decifradas e normas esclarecidas, hora de vestir o pijama, arrumar os sacos de dormir e ouvir histórias para embalar o sono e, quem sabe, alimentar os sonhos. Caprichando na entonação, a bibliotecária Susana Filipe leu O Incrível Rapaz Que Comia Livros, obra escrita pelo australiano Oliver Jeffers. Quando a leitura terminou, Tomáz, 11 anos, lá no fundo da sala, gritou: "Mais uma, mais uma! Pode contar mais 1,5 bilhão de histórias!" Pedido atendido: com as luzes apagadas, Susana leu A Grande Questão, do alemão Wolf Erlbruch. Um a um, os pequenos adormeceram. No dia seguinte, assim que acordaram, as meninas correram a se enfeitar com presilhas e tiaras. Os meninos lotaram as mãos com gel para domar os cabelos rebeldes. Tudo muito rápido porque ninguém queria desperdiçar um só minuto da programação de domingo. Depois do desjejum, mais uma história - dessa vez, de autoria da brasileira Ana Maria Machado: O Pavão do Abre-e-Fecha. O enredo alimentou o desejo da turma de se perder entre as estantes da biblioteca à procura de novos títulos. "É importante que as crianças também possam escolher livremente para que a leitura seja significativa", disse a bibliotecária Carla Gomes. Ao seu lado, a funcionária Maria Elizabete Ferreira, que também passou a noite em claro velando o sono da garotada, confessou que para ela a recompensa do projeto está guardada para o futuro. "Esperamos que, depois de crescidos, todos esses estudantes se lembrem dessa noite e saibam que uma biblioteca é um espaço de aprendizagem." Pelos corredores do prédio, enquanto os pequenos arrumavam as mochilas para voltar para casa, era possível ouvir suas vozes, ecoando "Vitória, vitória, acabou-se a história!", uma frase típica portuguesa que marca o fim dos contos infantis neste lado do oceano.
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

29º REINAÇÕES-POA E 3º REINAÇÕES-CAXIAS


Mais uma vez nossa confrade londrina, Carla Laidens, se superou na elaboração dos convites. Agora, é esperar o debate e descobrir se ele terá o tom dos filmes americanos.

Confrade Jacira Fagunde convida

CONVITE
Histórias que Pintam
Na Saraiva Iguatemi

Amanhã, sábado, dia 12 de setembro, às 16 horas, na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi, vou estar desenvolvendo com a criançada uma oficina legal.
Histórias Que Pintam vai contar a história do Menino do Livro, fazer a leitura do texto e das ilustrações, proporcionar atividade de criação de uma ilustração para a história, e convidar o público infanto-juvenil para participar do I Concurso Menino do Livro.
Vai haver papel, variedade de lápis de cor e de cera à disposição.
Tragam seus pequenos para esta tarde de diversão que promete.
Espero vocês,

Jacira Fagundes
Escritora

www.jacirafagundes.com