Apesar de ler muita literatura fantástica na minha adolescência lembro-me perfeitamente da fascinação com a qual li O centauro no jardim, de Moacyr Scliar. Com Scliar senti que o inusitado da vida poderia a qualquer momento dobrar a esquina e me atingir de cheio, me deixando enebriado pelo seu realismo tão fantástico e tão próximo.
Christian David, escritor
Em uma de suas últimas crônicas escrita para Zero Hora, Scliar fez um convite para que não perdêssemos a exposição sobre o bairro Bom Fim, que está no Museu da UFRGS. Pensando nele, eu fui até lá, no mesmo dia em que peguei, na Letras e Cia, os livros de março e abril da Confraria. Adorei a exposição, claro! Ele veio a falecer logo depois e pensei... que bom que ele curtiu a mostra, que bom que a mostra foi feita, enfim... Há bairros especiais, há escritores realmente imortais... e... ... que bom fazer tudo como se não existisse amanhã.... é bem óbvio e lugar comum, mas tão verdadeiro...
Valéria Hennigen, engenheira e administradora
Gostaria de estar escrevendo agora para o Moacyr Scliar, porque isso signifcaria que ele ainda não morreu. Porque o Scliar não podia morrer, tínhamos tanto que aprender com ele, tanto para lhe perguntar, tanto o que ouvir.
Ele clareava nossas idéias, generosamente, distribuia seu conhecimento. Suas falas eram certeiras, vagavam na universalidade das informações e caíam como luva nas nossas dúvidas, sem nunca nos deixar no etéreo mundo do invisível e do intangível.
Ele esclarecia e encantava, percorrendo com sua fala mansa bibliotecas e personagens. Talvez pela sua prática de médico, porque o Scliar, pasmem, não bastasse a sua escrita, tinha o dom da cura! quando falava de literatura, era o mesmo médico doce, daqueles raros espécimes dos grandes médicos, que sempre tem o placebo para a nossa dor e para a nossa curiosidade.
Eu queria estar escrevendo agora para ele, só pra dizer que estou sentindo muito a sua falta!
Cláudio Levitan, escritor
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