sexta-feira, 30 de maio de 2008

Convite Mão Dupla

Dia 6 de junho às 19h na Livraria Cultura estarei lançando meu novo livro, Mão Dupla, pela Artes e Ofícios Editora. Espero que todos possam aparecer por lá.




Segue abaixo parte do release da editora.

Após um infeliz acontecimento, o jovem Tiago tem sua vida transformada.Ao ver-se diante — ou no centro — de tantas transformações, precisa buscar uma forma de entender o que a vida lhe tirou. Precisa encarar o dia-a-dia de um jeito diferente.

Novo olhar sobre o já vivido?

Ao buscar(-se), encontra novos caminhos e uma surpresa boa: há muitas possibilidades de ser, de viver, de se relacionar com os outros e de olhar para si mesmo.Numa narrativa rápida, o autor revela toda a angústia de um adolescente que precisa encarar a vida à bordo de um corpo diferente, corpo no qual falta um pedaço. Esse, o “grilo”: em plena adolescência, fase de inseguranças e dúvidas, Tiago precisa enfrentar, ainda, o medo de não ser aceito e de não conseguir encontrar seu lugar no mundo.

Sobre Diogo & Diana

Diogo & Diana: uma aventura fantástica brasileira

por Christian David

O livro Diogo e Diana Vol. 1 – Meu vizinho tem um Rotweiller (e jura que ele é manso), de Tabajara Ruas e Nei Duclós, lançado pela Galera Record, parece ter o necessário para proporcionar bons momentos de divertimento e de deleite, uma tantas das funções da literatura feita para crianças e adolescentes. Pode-se perceber isto pelo texto da contracapa que apresenta o livro trecho: “Dois adolescentes com poderes mágicos, bruxas que raptam crianças e muito mistério. Como cenário a bela Florianópolis de natureza exuberante e navios encalhados no fundo do mar”. Tanto o longo título quanto a apresentação do livro prometem diversão e, de fato, é isso que podemos esperar ao lê-lo, principalmente pelos seguintes motivos:

A história é atrativa, os personagens são envolventes e o ambiente parece convidar à aventura. Já na primeira página, os autores instigam a imaginação do leitor sugerindo que os jovens protagonistas viverão uma aventura de proporções épicas. Num clima de mistério, os autores gradativamente apresentam Diogo e Diana — dois adolescentes com habilidades fora do comum — e continuam brincando com nossas expectativas ao introduzirem no texto pequenos fatos, aparentemente corriqueiros, que vão pintando o pano de fundo da história. Diogo e Diana não são adolescentes óbvios. Mesmo que, algumas vezes, seus diálogos e preocupações pareçam inverossímeis, eles são, definitivamente, cativantes.

A narrativa é de aventura, com todas as suas particularidades. Assim, o público leitor é o mesmo que se sente atraído pelas aventuras de Harry Potter, Artemis Fowl e Fronteiras do Universo. Diogo & Diana (Vol.1) com certeza agradará também a muitos dos leitores de Crônicas de Nárnia e O Senhor dos Anéis, ou seja, é texto ideal para aqueles que gostam de histórias de fantasia, mescladas com momentos de tensão e humor. A Manada — o grupo musical formado por algumas das irmãs muito obesas de Diana — é uma idéia interessante que proporciona alguns dos momentos bem-humorados do livro, potencial que, a meu ver, poderia ser melhor explorado, havendo maior espaço para as “grandes” artistas no decorrer da narrativa. Além do humor, há alguns momentos de tensão (e quase terror) no enfrentamento dos jovens e de seus apoiadores contra o time das bruxas. São passagens bem intensas, que prendem a atenção, constituindo um dos pontos altos da história.

Diogo & Diana (Vol.1) é um marco nesse tipo de literatura infanto-juvenil no Brasil, pois, até onde eu consigo me lembrar, somente em autores estrangeiros buscamos este tipo de aventura fantástica, ambientada em cidades meio reais, meio inventadas, que capturam a atenção de um público que começa aos dez e vai até sei lá que idade. E esse é que considero o principal mérito do livro. Diogo e Diana – Vol. 1 se encaixa nesta nova vertente de histórias fantásticas, voltadas ao público adolescente e capitaneada pelos autores do Reino Unido e países adjacentes (além dos já citados ver também Os Seis Signos da Luz e JJ e a Música do Tempo, por exemplo), que tiveram o mérito de descobrir ou relembrar que essa faixa de público tem capacidade de ler qualquer texto interessante, ainda que tenha mais de cem páginas. Parece-me importante e saudável que também aconteça entre os nossos autores o ingresso nesse mercado em formação, mas em plena expansão. Afinal, a literatura infanto-juvenil nasceu sob o signo da aventura, da fantasia, do fantástico.

Outras questões poderiam ainda ser consideradas, tais como a questão da diferença de estilo perceptível em alguns capítulos, a linguagem pouco apropriada dos personagens adolescentes em algumas passagens do texto e a exploração acanhada de algumas cenas com grande potencial.Todavia, estas são questões menores frente ao saldo positivo que o livro traz. Além disso, nenhuma delas chega a apagar o brilho da aventura que Tabajara Ruas e Nei Duclós plantam nos corações de seus leitores.
Como última observação, acredito que, se, nos próximos dois livros (o proposto é uma trilogia), os autores se fixarem mais na aventura em si, reforçando o embate entre o Bem e o Mal apenas esboçado neste primeiro volume, e deixarem que os personagens desenvolvam seus dramas pessoais sem que isso pareça intencional ou arranjado, teremos mesmo outros agradáveis momentos de diversão chegando por aí.


Reproduzo abaixo o comentário que o Nei deixou no meu blog pessoal após ler o texto, que está postado lá no Dobras da Leitura (http://www.dobrasdaleitura.com/).

Christian, te agradeço pela resenha, com boas colocações sobre o livro, com uma visão isenta e para cima, acertando no veio e nos revelando algo que me escapava: o livro, essencialmente de literatura brasileira, se sintoniza com uma linhagem fecunda da literatura inglesa. Obrigado e parabéns. Coloquei um comentário e um link no meu blog http://outubro.blogspot.com