A GRANDE QUESTÃO
Está no centro da temática um menino, que é orientado por 22 interlocutores sobre a razão de ele ter vindo ou estar na terra, no mundo. A temática é sobre a vida, sobre o existencial com um fio condutor centrado na dúvida. O tema mais objetivo são as relações afetivas, o amor que alavanca essas relações.
Nesse sentido, algumas manifestações são conclusivas; outras, exclamativas. Assim, falam:
1. conclusivamente: beijar as nuvens, o piloto; amar a vida, a morte; nos amamos, os pais; amar a si mesmo, a irmã; receber carinho, o coelho; te amo, a mãe.
2. ou, exclamativamente: mimar, a avó; cantar sua canção, o passarinho.
As demais falas abrem um leque de focos, de assuntos, de fazeres, de dúvidas: festejar seu aniversário, irmão; ronronar ou pelos ratos, o gato; comer bem, comilão; contar, três; obedecer, soldado; latir ou uivar, cachorro(acha); navegar, navegador; para estar, a pedra; ser paciente, jardineiro; confiar, cego; sem ideia, pato; ir à luta, lutador.
Então, os temas passam pela ideia de festa, descanso, alimento, conhecimento, arte (cantar sua canção), obediência, defesa, preocupação, viagem (pelo mar, ar), estar simplesmente, paciência, confiança, luta e sem consciência;
Os agentes são humanos (menino, irmão, irmã, pais, avó, comilão, soldado, navegador, aviador, jardineiro, cego, lutador); animais (gato, cachorro, pato, coelho, passarinho); mineral (pedra); morte. Falam os reinos animal e mineral. O reino vegetal não tem voz.
O autor conclui, dizendo ao menino: “Quando você crescer, vai encontrar outras repostas para a grande questão.” Segue, no projeto gráfico, uma folha pautada, em branco, com indicadores: Datas ............ Respostas
Trata-se de respostas à questão: Por que viemos ao mundo? segundo o tradutor. Sim, quando falam o gato, os pais, a mãe e o jardineiro: ideia de origem.
Contudo, creio que as demais questões indicam ‘para quê?’. Não buscam a ‘origem’, mas o ‘estar’, tanto que são introduzidas com a preposição ‘para’, quase todas.
Outras observações:
1. O menino deve aprender a contar até três. Por que três? O que representa o três?
2. Há duas pessoas ridicularizadas: o comilão, muito bem vestido, tem grande barriga, é muito gordo, usa gravata de tope, está feliz e aparece na página anterior ao três; e o soldado na página seguinte. Coincidência?
3. Só duas pessoas expressam alegria: a avó e o comilão.
4. Estar no ‘mundo’ é alusão do gato e do jardineiro.
5. Estar ‘na terra’ é alusão do irmão do menino. O cachorro também refere ‘estamos na terra’, no plural.
6. O cachorro sentado manifesta dúvida: ’eu acho’.
7. Os pais falam no plural e o cachorro também, mas o fiel escudeiro do homem traz o menino para a sua natureza: ‘Estamos aqui para latir, eu acho. E, às vezes, uivar para a Lua. ’
8. A história transita da concepção à morte emanante. Há vida? Então a morte está e com uma fala lapidar: “Você está aqui para amar a vida”.
9. As páginas do livro não são numeradas, pois a ordem da história não é linear. Ao iniciar a leitura, parece faltar algo, antes. O algo está depois.
10. O menino é o epicentro da GRANDE QUESTÃO: a avó quer mimá-lo; os pais, que o conceberam, falam lá na frente; a mãe mima a orelha dele, no colo; a irmã depõe; cinco velas estão no bolo e o irmão fala sobre o aniversário. Por tanto, uma família: avó, pais, dois irmãos e uma irmã.
11. Há os animais domésticos: o cachorro, o gato, o pato e o coelho. Todos simpáticos. Um jardineiro completa o ambiente doméstico.
12. Para além do lar, o passarinho, o padeiro, o comilão, o cego, o lutador (de preto) e o soldado (a perna esquerda soldada?) fazem suas colocações; o aviador e o navegador vasculham espaços. Uma pedra e a MORTE completam os encantos do cenário.
13. A pedra diz: se está aqui porque se está aqui. A morte recomenda ‘... amar a vida’. Vestida de camisolão bege, com 11 manchas redondas em amarelo, observa no horizonte uma abelha voar para o alto e para longe, com tons de bege e amarelo no corpo, asas azuis e cabeça preta.
14. A história percorre um tempo: inicia com o amor dos pais e termina com o sopro de cinco velas, no aniversário do menino.
15. As mulheres aparecem na condição de afeto: irmã, mãe, avó.
16. O pato, embora sua artilharia terra-mar-ar não tem ideia de nada. Confirma o ditado popular: ’Me tiras para pato?’.
17. ‘Para cantar a sua canção’ diz o passarinho. Interpreto como ‘para construir a sua vida’, no mundo em construção.
18. ‘A GRANDE QUESTÃO’ são dúvidas existenciais. Fisga maciamente a origem das coisas, interroga o sentido delas, remete à reconstrução e lembra a morte. Uma reflexão sobre a vida.
19. É uma abordagem sócio-política-cultural (...) e fundamentalmente filosófica, através da arte literária e da ilustração.
20. Tudo aparentemente simples: no visual, na beleza, na rapidez e absolutamente profundo.
Então, os temas passam pela ideia de festa, descanso, alimento, conhecimento, arte (cantar sua canção), obediência, defesa, preocupação, viagem (pelo mar, ar), estar simplesmente, paciência, confiança, luta e sem consciência;
Os agentes são humanos (menino, irmão, irmã, pais, avó, comilão, soldado, navegador, aviador, jardineiro, cego, lutador); animais (gato, cachorro, pato, coelho, passarinho); mineral (pedra); morte. Falam os reinos animal e mineral. O reino vegetal não tem voz.
O autor conclui, dizendo ao menino: “Quando você crescer, vai encontrar outras repostas para a grande questão.” Segue, no projeto gráfico, uma folha pautada, em branco, com indicadores: Datas ............ Respostas
Trata-se de respostas à questão: Por que viemos ao mundo? segundo o tradutor. Sim, quando falam o gato, os pais, a mãe e o jardineiro: ideia de origem.
Contudo, creio que as demais questões indicam ‘para quê?’. Não buscam a ‘origem’, mas o ‘estar’, tanto que são introduzidas com a preposição ‘para’, quase todas.
Outras observações:
1. O menino deve aprender a contar até três. Por que três? O que representa o três?
2. Há duas pessoas ridicularizadas: o comilão, muito bem vestido, tem grande barriga, é muito gordo, usa gravata de tope, está feliz e aparece na página anterior ao três; e o soldado na página seguinte. Coincidência?
3. Só duas pessoas expressam alegria: a avó e o comilão.
4. Estar no ‘mundo’ é alusão do gato e do jardineiro.
5. Estar ‘na terra’ é alusão do irmão do menino. O cachorro também refere ‘estamos na terra’, no plural.
6. O cachorro sentado manifesta dúvida: ’eu acho’.
7. Os pais falam no plural e o cachorro também, mas o fiel escudeiro do homem traz o menino para a sua natureza: ‘Estamos aqui para latir, eu acho. E, às vezes, uivar para a Lua. ’
8. A história transita da concepção à morte emanante. Há vida? Então a morte está e com uma fala lapidar: “Você está aqui para amar a vida”.
9. As páginas do livro não são numeradas, pois a ordem da história não é linear. Ao iniciar a leitura, parece faltar algo, antes. O algo está depois.
10. O menino é o epicentro da GRANDE QUESTÃO: a avó quer mimá-lo; os pais, que o conceberam, falam lá na frente; a mãe mima a orelha dele, no colo; a irmã depõe; cinco velas estão no bolo e o irmão fala sobre o aniversário. Por tanto, uma família: avó, pais, dois irmãos e uma irmã.
11. Há os animais domésticos: o cachorro, o gato, o pato e o coelho. Todos simpáticos. Um jardineiro completa o ambiente doméstico.
12. Para além do lar, o passarinho, o padeiro, o comilão, o cego, o lutador (de preto) e o soldado (a perna esquerda soldada?) fazem suas colocações; o aviador e o navegador vasculham espaços. Uma pedra e a MORTE completam os encantos do cenário.
13. A pedra diz: se está aqui porque se está aqui. A morte recomenda ‘... amar a vida’. Vestida de camisolão bege, com 11 manchas redondas em amarelo, observa no horizonte uma abelha voar para o alto e para longe, com tons de bege e amarelo no corpo, asas azuis e cabeça preta.
14. A história percorre um tempo: inicia com o amor dos pais e termina com o sopro de cinco velas, no aniversário do menino.
15. As mulheres aparecem na condição de afeto: irmã, mãe, avó.
16. O pato, embora sua artilharia terra-mar-ar não tem ideia de nada. Confirma o ditado popular: ’Me tiras para pato?’.
17. ‘Para cantar a sua canção’ diz o passarinho. Interpreto como ‘para construir a sua vida’, no mundo em construção.
18. ‘A GRANDE QUESTÃO’ são dúvidas existenciais. Fisga maciamente a origem das coisas, interroga o sentido delas, remete à reconstrução e lembra a morte. Uma reflexão sobre a vida.
19. É uma abordagem sócio-política-cultural (...) e fundamentalmente filosófica, através da arte literária e da ilustração.
20. Tudo aparentemente simples: no visual, na beleza, na rapidez e absolutamente profundo.
Um comentário:
Matada a curiosidade incial! ótimas observações! Abraços, até o próximo encontro!
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