Caros amigos,
Alegra-me saber de minha Ana passeando na Confraria. É gente finissima, essa menina que conheci à beira de um poço e deixei à porta de casa (já não precisava mais de mim). Vocês têm razão sobre o nome, era essa minha intenção, e eu queria um nome bem curto, que sendo completo mantivesse incompletude, mistério (a sobrenome só na inicial, sem se mostrar todo, assim como sua biografia). E eu queria mesmo fazê-la viajar, queria um romance on the road, levá-la para a África ( de onde vim), para um estúdio de cinema (onde estive), visitar o imaginário e a falsa realidade da memória. Espero tenha sido bom o encontro.
Um grande abraço.
Marina
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
O Mágico de Oz, prefácio de Frank Baum
O folclore, as lendas, os mitos e os contos de fadas
acompanham a infância através dos tempos, pois toda a
criança saudável adora histórias fantásticas e
manifestamente irreais. As fadas aladas de Grimm e
Andersen trouxeram mais felicidade aos corações
infantis que qualquer outra criação humana
Entretanto, os antigos contos de fadas podem ser
considerados hoje como "históricos" na biblioteca das
crianças, pois chegou a época de uma nova série de
"contos maravilhosos" em que gênios, anões e fadas
estereotipados são eliminados, junto com as aventuras
de gelar o sangue criadas por seus autores para
sublinhar uma moral terrível para cada conto. A
educação moderna inclui a moralidade, portanto, a
criança busca somente o divertimento em seus contos
fantásticos e dispensa todos os incidentes
desagradáveis.
Mantendo este pensamento em mente, a história do
"maravilhoso Mágico de Oz" foi escrita unicamente para
agraar as crianças de hoje. Pretende ser um conto de
fadas modernizado, em que o encanto e a alegria são
mantidos, enquanto os sofrimentos e pesadelos são
deixados de fora.
L.Frank Baum
Chicago, Abril de 1900
Acesso ao original
Leia e faça o download do livro original,
publicado em 1900 e ilustrado por
W. W. Denslow em
http://
lcweb2.loc.gov/cgi-bin/ampage?collId=rbc3&fileName=rbc0001_2006gen32405page.db
Ainda Pollyanna
POLLYANNA: O TOQUE DE MIDAS
por Caio Riter
Apesar de escrito em 1912 e, portanto, um texto quase centenário, Pollyanna, de Eleanor Porter, ainda atrai. Talvez pela preocupação da autora em apenas narrar uma história, algo perceptível em algumas demasiadas repetições ou reincidências, estrutura costumeira no contar oral. Quem teve a felicidade de ter em sua infância um adulto contador de histórias a seu lado sabe do que falo. As narrativas orais têm muito de inconstância, de “lacunas”, de repetições que desafiam a atenção do ouvinte. Tal estrutura é perceptível em Pollyanna, possivelmente pelo fato de esta novela juvenil ter sido publicada primeiramente em forma de folhetim, o que resulta numa narrativa com estrutura linear. Os flash-backs, se assim os podemos chamar, se dão, em sua maioria, pela fala das próprias personagens a referirem fatos e acontecimentos que não foram apresentados pelo narrador e que surgem em meio aos diálogos, informando ao leitor alguns hiatos no texto.Todavia, creio, o livro de Eleanor Porter segue sendo convite, sobretudo, por apresentar uma personagem que acredita na vida, que acredita no sonho, que acredita que é possível ver-se uma situação adversa a partir de um olhar otimista, bondoso, renovador. A jovem protagonista, nesse sentido, apresenta-se como alguém que possui um objetivo de vida: não sofrer. Mas não apenas isso. Não é apenas a ausência da dor individual que Pollyanna busca. Ela quer mais. Pretende “contaminar” a realidade que a cerca, transformando uma cidade cinza, cheia de pessoas carrancudas, num universo de alegria, em que a atmosfera reinante possa ser fonte de alegria. Assim, vai, aos poucos, ensinando a todos que encontra o Jogo do Contente e, embora algumas vezes sofra resistência, sua convicção em ensinar o jogo, faz com que seja capaz de manipular as ações dos outros, a fim de atingir seu objetivo, como pode-se perceber no momento em que leva à Sra. Snow, uma cesta com tudo o que ela podia pedir, visto que a mulher, sempre queria aquilo que não lhe era trazido.Assim, como o mitológico rei Midas, que ao tocar em seres e objetos os transforma em ouro, a menina traz aos que a cercam uma possibilidade “dourada” de ver o mundo, as pessoas, as situações que enfrentam. No entanto, diferentemente do monarca, que é levado a um final trágico em virtude de seu toque mágico; Pollyanna é conduzida à redenção. A diferença entre os dois, talvez, se resuma aos objetivos que os impelem: o rei quer riqueza, numa perspectiva egoísta, centrada em si; a garota quer ver sua realidade mais amena, mais leve, mais feliz.Pollyanna encarna, creio, ao mesmo tempo, a inocência e a peraltice tão comuns às crianças e aos adolescentes. Daí sua atualidade, daí ainda sua necessidade de leitura. É preciso, apesar de todas as adversidades que o mundo moderno oferece às gerações futuras, acreditar no sonho, acreditar que a transformação é possível. E, nesse sentido, Pollyanna é convite.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
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